O que a boca nos diz sobre a saúde de nosso corpo.

Primeiramente, é de suma importância destacar que a boca pode ser um indicador de fácil acesso e altamente preciso do que se passa no restante do corpo e manter uma boa saúde bucal pode ser fundamental para que o corpo funcione em ótimas condições fisiológicas. Sendo assim, amplas evidências relacionam as doenças gengivais ou periodontite ao diabetes e às doenças coronárias, e há cada vez mais estudos que afirmam que a saúde bucal pode ser uma das frentes de batalha mais negligenciadas na luta contra estas doenças. Quando se fala sobre as conexões e associações entre as diferentes doenças crônicas e outras partes do corpo com a boca, é notado que há uma prevalência de doenças gengivais. Com isso, a doença gengival é a sexta doença crônica mais comum na humanidade, presente em quase 1,1 mil milhões de pessoas, cerca de 11,2% da população.

Além disso, a doença gengival ou gengivite é uma inflamação da gengiva que pode comprometer um ou mais dentes. Ela é causada pela placa bacteriana, também chamada de biofilme que é uma fina película de bactérias que se aderem à superfície dos dentes e deposita-se no sulco gengival, quando a higiene da boca não é realizada de forma adequada. No estágio inicial da doença, o osso e o tecido alveolar onde se fixam os dentes não são afetados. Sem os cuidados necessários, porém, a gengivite pode evoluir para a periodontite que é a forma mais grave da doença que compromete todos os tecidos ao redor do dente (periodonto) que promovem sua sustentação, provocando reabsorção óssea, retração da gengiva e, consequentemente, amolecimento e perda dos dentes. Nesses casos, a inflamação da gengiva progride e determinadas substâncias presentes na saliva fixam-se na placa bacteriana intensificando o processo inflamatório e criando condições favoráveis para a formação da bolsa periodontal, que afasta a gengiva dos dentes, o que favorece ainda mais a contaminação por bactérias e o desenvolvimento de tártaro. Entre os possíveis sintomas, incluem-se sangramento nas gengivas, vermelhidão ou dor, ou mau hálito persistente. E, para além dos danos que pode causar à boca, há ainda amplas evidências que ligam a doença gengival ao diabetes tipo 2. Segundo pesquisadores, é uma relação bidirecional, o que significa que os pacientes com doença periodontal correm maior risco de desenvolver diabetes, e os pacientes com diabetes também terão doença periodontal devido a fragilidade do organismo. A relação é tão estreita que há estudos que asseguram que bons cuidados bucais em pessoas com diabetes tipo 2 podem ajudar a controlar a doença em geral, de forma fácil e sem grandes efeitos colaterais. Um estudo realizado há alguns anos mostrou que se o indivíduo tratar a doença periodontal de maneira convencional sem intervenção cirúrgica há melhor controle metabólico nos pacientes, uma melhora significativa que foi mantida por quase 12 meses dos pacientes em teste. Com isso, a boca é como um órgão imunológico se ela estiver comprometida, haverá processos inflamatórios, até mesmo patógenos como as bactérias que normalmente vivem na boca, mas passam para outras partes do corpo que estão envolvidos no desenvolvimento e agravamento de muitas dessas doenças.

Ademais, o diabetes tipo 2 não é a única doença relacionada à doença gengival como as bactérias da periodontite, que estão fora de controle, viajam pelo corpo através do sistema sanguíneo, e consequentemente elas podem acabar afetando o coração. Esses componentes inflamatórios que existem no corpo devido à periodontite e que chegam à corrente sanguínea podem formar placas, que podem levar à formação de coágulos, que podem gerar consequências que vão de problemas cardíacos isquêmicos até infartos. Um caso de infecção que pode ser letal e que ocorre quando as defesas da boca estão baixas devido a uma doença imunológica ou ao uso de medicamentos é a endocardite que é uma complicação grave da periodontite. Estudos mostram que as bactérias instaladas nas bolsas periodontais podem disseminar-se na corrente sanguínea, alojar-se nas válvulas cardíacas e comprometer a circulação do sangue e o funcionamento do coração, porém, é uma doença rara, mas é uma doença infecciosa na qual alguns organismos da boca ficam fora de controle e afetam os tecidos internos do coração. Todavia, é evidente que esse percurso anatômico da boca, com patógenos que saem para o resto do corpo, é algo real. Com o tempo, esse excesso de bactérias que atravessam a barreira física da nossa boca chega ao resto do corpo através da corrente sanguínea, que pode levar a doenças ou ao agravamento de enfermidades já existentes. Embora, as evidências não sejam tão sólidas como em certos casos já analisados, alguns pesquisadores começam a revelar uma possível relação entre estas bactérias e o declínio cognitivo na velhice pode estar relacionado. Uma delas é a doutora Vivan Shaw, da Universidade de Cambridge, que em seus estudos descobriu que pessoas que chegam à velhice com 21 ou mais dentes apresentam menor deterioração cognitiva do que aquelas que têm menos dentes. Embora as evidências sejam relativamente recentes, pode-se dizer que se caso o indivíduo tiver algum tipo de comprometimento cognitivo e perder a destreza, sua capacidade de escovar ou usar fio dental pode ser afetada. Também está relacionado a uma questão nutricional se a pessoa tiver menos dentes, certamente terá uma alimentação pior, o que leva a uma maior deterioração cognitiva.

Portanto, todas as doenças bucais são evitáveis ​​e, até certo ponto, tratáveis ​com exceção do câncer, que é totalmente diferente. Para os especialistas, é fundamental que as pessoas tenham acesso a um bom sistema de saúde bucal e que façam acompanhamento com um dentista de confiança, com foco na prevenção. Assim, a escovação adequada dos dentes e o uso do fio dental especialmente depois das refeições e antes de deitar, assim como passar por uma avaliação odontológica duas vezes por ano, evitar o consumo de açúcar e não fumar são medidas essenciais para prevenir a gengivite, a periodontite e suas complicações relacionadas tanto a saúde bucal quanto para a saúde do organismo como um todo.

 

Redigido por: Thamires Caldatto

 

FONTES:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c6pekpk2517o

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/gengivite-e-periodontite/

http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882011000200003

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