Quais os riscos do superfungo mortal que está causando surto no estado de Pernambuco.

Primeiramente, é necessário destacar que a Secretaria de Saúde de Pernambuco confirmou, no fim de maio, três casos de infecção por Candida auris, conhecido popularmente como “superfungo”. Segundo, as informações divulgadas até o momento, os pacientes são do sexo masculino e estavam internados em três hospitais diferentes nas cidades de Paulista, Olinda e Recife. O primeiro diagnóstico ocorreu em 11 de maio no Hospital Miguel Arraes, em Paulista. Por ora, a unidade de saúde parou de fazer novos atendimentos para evitar que outras pessoas sejam afetadas por esse patógeno. Assim, a Candida auris foi detectada nos outros dois indivíduos nos dias 14 e 23 de maio, respectivamente. Contudo, os especialistas ainda não conseguiram estabelecer uma cadeia de transmissão e se há alguma relação entre os três episódios ocorridos em locais diferentes. Dessa forma, o Governo de Pernambuco anunciou a criação de um comitê específico para monitorar e lidar com os casos da infecção, já que não é a primeira vez que o Estado sofre com um surto desse tipo que ocorreu entre dezembro de 2021 e setembro de 2022, em que o Hospital da Restauração, em Recife, registrou 47 indivíduos acometidos por esse “superfungo” em dezembro de 2021 e setembro de 2022.

Além disso, na maioria das vezes as leveduras do gênero Candida residem na pele, na boca e nos órgãos genitais masculino e feminino, constituindo a microbiota do organismo humano sem causar problemas, mas podem causar infecções quando uma pessoa está com a imunidade baixa ou quando esse fungo invade a corrente sanguínea ou os pulmões, acarretando em uma infecção fúngica. No caso específico da Candida auris, ela costuma causar problemas na corrente sanguínea, mas também pode afetar o sistema respiratório, o sistema nervoso central e órgãos internos, assim como a pele. Os sintomas mais comuns dessa infecção fúngica são: febre, calafrios, suores excessivos e pressão arterial baixa, porém há muitos indivíduos que não apresentam muitos incômodos sugestivos. Com isso, o patógeno foi estudado pela primeira vez em 2009 no canal auditivo de uma paciente no Japão, mas pesquisas recentes detectaram cepas dele em 1996, na Coreia do Sul. A taxa de mortalidade média dessa doença é estimada em 39%, segundo cálculos em estudo de sete pesquisadores chineses publicado na revista científica BMC Infectious Diseases em novembro de 2020. De acordo com o infectologista Arnaldo Lopes Colombo, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em contaminação com fungos, é possível ser colonizado de forma passageira pela C. auris na pele ou na mucosa sem ter problemas. O fungo apresenta risco real se contaminar a corrente sanguínea.

Ademias, para a pessoa ser infectada é preciso que tenha sofrido procedimentos invasivos como cirurgias e uso de cateter venoso central ou que tenha o sistema imunológico comprometido. Pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) por longos períodos e com uso prévio de antibióticos ou antifúngicos também são considerados grupo de risco para a contaminação. Além de que, a Candida auris costuma ser confundida com outras infecções, levando a tratamentos inadequados. Para completar, detergentes e desinfetantes comuns não são suficientes para eliminar o fungo do ambiente. Muitas vezes, os profissionais de saúde precisam fechar alas inteiras de hospitais e aplicar produtos especiais para conseguir tornar aquele local seguro novamente para receber os pacientes. Do ponto de vista preventivo, cuidados básicos com a higiene das mãos, uso de equipamentos de proteção em ambientes como a UTI e a vigilância constante podem ajudar a evitar qualquer tipo de contaminação inclusive o da Candida auris. Todavia, desde 2022, a Candida auris faz parte da lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) de patógenos prioritários que trazem risco à saúde, pois o fungo é resistente a alguns antibióticos de grande espectro como por exemplo o medicamento equinocandinas que é a classe de antifúngicos mais recomendada para o tratamento da infecção causada pelo fungo.

Portanto, segundo os pesquisadores a Candida auris requer uma grande vigilância por sua alta capacidade de formar colônias e biofilmes, o que contribui para a disseminação do fungo. A identificação rápida e precisa dessa espécie é essencial para gerenciar, controlar e prevenir infecções, concluem os especialistas.

 

Redigido por: Thamires Caldatto

 

FONTES:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c51dyzylm4qo

https://www.estadao.com.br/saude/fungo-perigoso-quais-sao-os-riscos-de-surtos-de-candida-auris-no-brasil-nprm/

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